Opinião: PENAL, PÊNALTIS, PENALIDADE MÁXIMA

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Ahhh…os pênaltis. Quem não gosta de uma disputa de penais? Quem não gosta de um pênalti durante a partida do seu time? Obviamente para o seu time, claro; se for para o adversário, aquela boa secada para que o cobrador erre. Se for uma disputa que não envolva nosso clube de coração, a gente nem esquenta, mas se nosso clube está envolvido, como diria aquele famoso locutor: “Haaaaaja coração!!!” Toda aquela apreensão e no fim de tudo vem a alegria ou a decepção, dicotomia que no futebol se apresenta para todos os torcedores, sem exceção.

Comecei a acompanhar futebol por volta de 1990 e as duas primeiras lembranças de disputas de pênalti que tenho são da seleção brasileira.  A primeira do grande craque Roberto Baggio colocando aquela bola em órbita na última cobrança italiana na copa de 94 e que deu o tetracampeonato mundial para o Brasil; a segunda no ano seguinte, quando o Brasil perdeu uma final de Copa América para o Uruguai, essa para mim foi dolorida, não pela derrota da seleção, mas porque tinha apostado com um amigo que se o Brasil perdesse ele poderia me dar um cascudo; ele não só deu como não poupou força.

Pelo nosso Galo a minha primeira lembrança de disputas de penalidades foi triste, frustrante e decepcionante pois veio em uma final da extinta Copa Conmebol contra os argentinos do Rosário Central, após termos um placar que passou de 4 x 0 para 0 x 4 entre o jogo de ida e volta, seguido de derrota nos tiros penais, e eu tinha muita esperança de que ganharíamos pois no nosso gol estava Taffarel, um dos heróis do supracitado tetra, mas que não conseguiu impedir sozinho que aquele fim de ano não terminasse em festa da Massa.

Em tiros penais durante os jogos, dos atletas que vi com o Manto, Renaldo, o bom baiano, era o que mais me passava confiança, nunca errou uma cobrança pelo Galo. Depois dele, Guilherme me passava segurança nas cobranças, embora as vezes errava. E entre um e outro da década de 90 em diante tivemos Valdir, Coelho, Ronaldinho, Lucas Prato…

E esse tipo de lance esteve impregnado naquele que até o momento é nosso maior título internacional: a Libertadores 2013. Simplesmente inesquecível. O erro do Riascos virou música, o Víctor virou santo. Apreensão total contra o Newell’s com os erros de Richarlison e Jô e explosão de alegria com a defesa da última penalidade. Explosão dobrada com outra defesa do Víctor na primeira cobrança na final e triplicada com a bola na trave que confirmou o título. E olha que segundo a lenda, o Bruxo iria cavar na última cobrança!! Certamente uma noite que não estaria livre de mais emoções e enfartos se isso realmente viesse a acontecer.

 O fato é que esse tipo de lance pode ser decisivo, e eis que aí surge uma das minhas preocupações com esse time. O nosso cobrador principal vem de 2 erros consecutivos que poderiam ter custado bem mais caros, aliás em 2021 contra o Palmeiras até nos custou. Sei que atualmente é nosso maior ídolo e jogador mais decisivo, mas alguém precisa chegar e dar um toque nele a respeito desse estilo, avisar que essa cobrança com três passos acelerados, uma paradinha para olhar para o goleiro e a seguir a batida já está manjada demais. Se o goleiro der uma mexidinha ok, mas se fica parado…. Sinceramente penso o seguinte: o cara tem um dos chutes mais potentes do mundo do futebol meu amigo, vai firme na bola e dá uma pancada em qualquer canto que não tem goleiro que pegue, simples assim.

Contra o Athletic no jogo de ida das semi a trave parou a cobrança. O goleiro esperou e ele teve que bater tentando tirar, tirou demais, deu ruim e só não foi pior porque aqui o juizão deu uma cooperada, e não fosse isso talvez nem estaríamos na final. Contra o Mequinha a mesma coisa, mas o bom é que no fim, com seu poder de decisão, persistência e um cadinho de sorte nos presenteou com o gol da vitória, o que nos dá uma boa tranquilidade para a última partida. Acontece que no futebol nem sempre conseguimos ter outra chance em uma mesma série decisiva, não dá para abusar da sorte.

Essa questão precisa ser avaliada porque muitas partidas decisivas (assim espero) podem vir pela frente. Copa do Brasil e Libertadores estão na porta e os times estão cada vez mais sabendo jogar defensivamente, explorando erros e aproveitando contra-ataques, então toda concentração é necessária para que caso uma penalidade máxima aconteça não venha a ser desperdiçada. Essa semana tem estreia na Liberta e no domingo a decisão do Mineiro 2023. Vamos com tudo para aumentar a confiança e na dúvida, espero que não tenhamos que depender de nenhuma penalidade.  E dá-lhe Galo!

Deivdes Almeida

Atleticano e professor. Se houver uma camisa preto e branca pendurada no varal… vocês já sabem!

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