Eu esperava mais. E sei que você também esperava. Vencemos o Mineiro domingo, algo que toda massa e a imprensa já esperava. As semifinais foram mais complicadas do que as finais; em nenhuma das duas últimas partidas passou por minha cabeça que o Galo perderia o título, um alívio inclusive, por que contra o Athletic achei bem apertado. Coisas alvinegras; complicar jogos que são tidos como mais tranquilos, passar sufoco e sofrer em jogos que pensamos que vamos dar um coro, e em jogos que pensamos que vai sofrer, acaba fazendo partidas seguras.
Na estreia da Copa do Brasil, contra o todo poderoso Brasil de Pelotas não vinha na minha cabeça um resultado menor do que uns 3 x 0. Tudo bem que tem os clichês de que não tem mais bobo no futebol, depois que a bola rola são 11 contra 11, dinheiro não entra em campo…e blá, blá, blá. Ok que o Xavantes é um clube tradicional no Rio Grande do Sul, tem uma história que obviamente precisa ser respeitada, como todo clube na verdade (Isso também é clichê) mas não disputa a primeira divisão do Brasileirão desde a década de 1980, entre outros fatores como diferença estrutural, salarial (mais clichês, bom, futebol sem clichê é impossível), enfim, tem que ganhar e convencer, ponto. Caso contrário não faz sentido investir e arriscar falir o clube se não for para brigar por títulos e passar fácil por times que não possuem a mesma capacidade de investimento, ou capacidade de fazer loucura.
O jogo de ontem parecia tranquilo e mesmo quando virou 0 x 0 estava confiante que a tamancada seria no segundo tempo, mesmo quando fizeram o primeiro, depois pensei: “sou otimista demais, vamos passar sufoco”. Não foi um grande aperto na verdade, mas não deixou de ser decepcionante. A torcida parecia estar ciente de que não valeria muito apena ir pois tivemos nosso pior público no ano e mais uma vez, “ele” nos salvou de uma noite pior.
“Ele” está constantemente salvando o Galo de placares piores e ontem não foi diferente, mas precisar de um craque para decidir TODO jogo fica arriscado demais. Disse aqui dias atrás que precisamos de um elenco melhor, precisamos da chegada de alguns jogadores que façam a diferença e ocupem a vaga titular ou passe segurança quando forem acionados nas partidas. Se o elenco permanecer esse mesmo toda minha euforia no início do ano será detonada. Fui enganado pelo Vagas que pensei que esse ano deslancharia, mas até agora nada; Pavón entrou bem ontem, mas ainda não inspira confiança e Igor Gomes sinceramente, não soma nem diminui nada, assim como outros ali que estão ciscando mas…
Daqui algumas horas começa o Brasileirão, alguém precisa se inspirar para tirar um pouco o peso das costas do Hulk porque daqui a pouco ele vai ficar corcunda de tanto que está carregando esse time, e já que problema pouco é bobagem, ainda teve a manifestação do Coudet semana passada após uma frustrante derrota em casa na nossa estreia na Libertadores que acabou por gerar mais uma interrogação.
Quer mais clichê? Bola aérea na defesa continua sendo uma fria e a poucas horas da estreia do Brasileirão, vamos continuar nessa. Não dá para culpar o Éverson pelo gol de ontem, mas alguma coisa tem que ser feita nessa zaga, intensificar treinos específicos, tempo de bola, marcação, incenso, sei lá o quê. Só sei que algo precisa acontecer por que meu coração já está acelerando demais cada vez que vai um cruzamento em direção ao nosso goleiro, que aliás, me lembra o Dida nas saídas.
Outra preocupação é a necessidade de ganhar um título grande esse ano, que garanta uma boa premiação, caso contrário fazer a manutenção de um elenco competitivo para o ano que vem vai ficar complicado. A torcida não merece isso e a Arena não merece nascer com um time mediano. Vamos apoiar, vamos empurrar e vamos torcer para que essas interrogações virem exclamações e possamos recuperar a confiança que no início do ano, eu tinha, e como tinha. Mas à medida que a bola foi rolando as nossas apresentações foram deixando a desejar. Sábado tem mais estreia e espero que possamos começar com o pé direito, mas se for o esquerdo do Hulk tá valendo também. E dá-lhe Galo!
Deivdes Almeida
Atleticano e professor. Se houver uma camisa preto e branca pendurada no varal… vocês já sabem!
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