“Eu já encerrei a carreira” confirma Ricardo Oliveira sobre aposentadoria

(Foto: Bruno Cantini/Atlético )
(Foto: Bruno Cantini/Atlético )

Artilheiro que passou por grandes clubes como Santos, Atlético-MG, Santos e Milan, Ricardo Oliveira confirmou a aposentadoria do futebol aos 43 anos. Em entrevista ao ge, ele revelou que mesmo tendo recebido alguns convites para continuar jogando futebol, decidiu mudar de profissão.

O último clube do atacante foi o Brasília do Distrito Federal, em 2023.

“Eu já encerrei a carreira como atleta profissional. Eu estou decidindo agora junto com meu assessor uma data para a gente fazer um jogo festivo. Ainda não consultei nenhum clube para ver essa possibilidade, mas com certeza veremos”.

Conhecido por sempre falar sobre sua fé, Ricardo disse ter sofrido preconceito religioso em alguns clubes. Ele disse que o treinador, cujo nome ele não quis revelar, o proibiu de pregar para evangélicos nos campos de concentração.

“Em alguns lugares, eu sofri um tipo de preconceito, de ser convidado a me retirar e parar com aquilo dentro do clube. ‘Olha, não quero mais que você continue com isso aqui. Porque isso não se mistura com futebol, ok? Não gosto e não quero que que continue’. Sabe que eu fiz? Parei, respeitei na hora. Tudo bem, não será feito mais”.

Desde que voltou ao futebol brasileiro para defender o Santos, o atacante foi apelidado de “o pastor” devido às suas práticas religiosas.

“Ficou claro para mim que não eram as pessoas, era ele (treinador) que não gostava. Ele é o treinador e mandou parar. Eu parei, chamei os atletas e comuniquei o pessoal, que ficou meio sem entender. Eu falei: ‘Tem que parar, é autoridade. O treinador pediu. Não vamos poder mais se reunir aqui. Mas está tudo bem, gente. Ele não impediu você de servir a Cristo. Ele não impediu você de ir à igreja. Ele não impediu você no seu quarto, se quiser, fazer a sua leitura bíblica no seu quarto”.

Ricardo Oliveira acredita que a religião o salvou dos maus caminhos da vida.

“Volto a falar: era para eu ser um traficante, um drogado, um alcoólatra, eu cresci no meio da favela, tive todos esses exemplos. Eu entrei com 11 anos de idade no Pavilhão 9 (da penitenciária do Carandiru) para visitar o meu irmão, que depois que meu pai morreu deixou de jogar bola, se meteu com coisa errada e pagou por isso. Fiquei perplexo com aquelas paredes escuras, com aquela gritaria e tudo. Eu falei para minha mãe: pelo amor de Deus, nunca mais a senhora me traz nesse lugar, eu não quero nunca mais, uma cena de terror. Eu tive problemas psicológicos com isso”.

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