Guilherme Arana
Foto: Reprodução

Arana relata peso do pai em chegada ao Galo em 2020, não ao Flamengo e se declara à Massa: “Vocês são f*#@!”

Em comemoração dos 114 anos do Galo, o lateral esquerdo Guilherme Arana escreveu uma carta se declarando para a massa atleticana, e revelou bastidores da vinda dele para o Atlético. Ele chegou a recusar o Flamengo, até recebeu uma ligação do Jorge Jesius, e o pai dele foi peçã importante para vinda dele para o Galo.

Declaração Arana para o Galo:

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 Foto: Fernando Moreno

“Meu pai tinha razão. Sempre teve. Jogar no Galo era tudo que eu mais precisava”

No relato, Arana contou que, antes de acertar com o Galo, recebeu uma ligação de Jorge Jesus para fechar com o Flamengo de 2019. Clube carioca e Sevilla já tinham se acertado pela contratação, mas ele vetou.

– Pouco tempo depois, eu estou de férias, curtindo um churrasco, quando recebo a ligação de um número do Brasil, mas o sotaque do outro lado da linha não era o português que a gente tá acostumado. Era um português de Portugal. “Aqui é o Jorge Jesus”, disse essa pessoa na hora que eu atendi. Trocamos uma ideia e tal, mas não levei muita fé.

– Eu só queria voltar a jogar, seja lá onde fosse. E hoje, olhando pra trás, eu entendo que o destino foi muito, muito bom comigo. Porque foi assim que o Galo apareceu no meu caminho – contou.

Arana reconheceu que, de início, ficou reticente em aceitar a oferta (até porque o Galo não vivia o auge atual na época), mas acabou convencido pela promessa de maior investimento no clube e, principalmente, pelo pai, seu Augusto, que desde o início da carreira no Corinthians, já alertava:

– Ao saber da oferta, meu pai ficou mais apreensivo do que eu para fechar o negócio. Desde a época em que eu jogava no Corinthians, ele já me falava: “O jogador que for campeão brasileiro pelo Galo vai entrar para a história.” Assim que contei que tinha recebido o convite do Atlético, ele torceu bastante e até botou pilha para que aceitasse logo, porque, na cabeça dele, eu teria uma chance de ouro nas mãos. (…) Não podia ter uma motivação maior que essa.

E já no desembarque em Belo Horizonte, ele sentiu que, aqui, o clima era diferente.

– Quando cheguei no saguão do aeroporto de Confins, tomei um susto. Tinha um monte de torcedor uniformizado para me receber, um deles fantasiado de Homem Arana! Kkkkk… Geralmente, torcedor vai ao aeroporto buscar centroavante de peso, um camisa 10 ou um cara cheio de título na bagagem. Um lateral que tinha ganhado “só” dois Brasileiros ser recebido dessa forma? Eu não imaginava vivenciar algo do tipo. Foi ali que também entendi que, de fato, “grandes poderes trazem grandes responsabilidades”.

– Sampaoli é um técnico muito parceiro, maior resenha, mas, quando está à beira do gramado, já era. Ele se transforma, cobra o tempo inteiro. A presença dele foi fundamental para que o nosso time voltasse a ser respeitado e quase saísse campeão em 2020.

– Nada se compara ao Mineirão pulsando, lotado de atleticanos. Nem o melhor DJ do mundo seria capaz de reproduzir um ambiente igual. (…) Finalmente pude encontrar a atmosfera que eu sempre sonhei. Sério, perdi completamente a noção de espaço depois de ver a rede balançar. Meu filho estava no meio daquele mar alvinegro comemorando o meu gol. Era a primeira vez dele num estádio de futebol. Nunca vou esquecer esse momento.

“Vocês nunca abandonaram o clube. Vocês sempre nos fizeram acreditar. É por isso que eu digo: torcida f*#@!!”

– Muitos de vocês, torcedores, dos mais novos aos mais velhos, vêm me agradecer com lágrimas nos olhos quando nos encontramos na rua. Tá maluco? Eu que tenho de agradecer. Graças ao Atlético, eu tive a oportunidade de realizar outro sonho, que foi vestir a camisa da Seleção Brasileira e me tornar campeão olímpico. Graças a este clube, tenho a chance de, quem sabe, disputar uma Copa do Mundo.

“Tenho orgulho de dizer para o meu pai que o pivete sonhador entrou para a história do Galo forte vingador. Uma história que ainda promete grandes emoções. Parabéns, torcedor atleticano! Parabéns, Clube Atlético Mineiro!”