Opinião: Se não for sofrido, não é Galo! Será?

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Foto: Pedro Souza / Atlético

Ontem (01), o Galo fez seu segundo jogo pela Pré-Libertadores deste ano contra o Carabobo, da Venezuela. O resultado consagrou a exibição segura da equipe e proporcionou a classificação para a próxima fase, a qual poderá enfrentar a equipe do Milionários, da Colômbia, ou Universidad Católica, do Equador.

No início do jogo, o Atlético começou elétrico, criando boas chances e assustando o adversário. Ainda aos 16 minutos, o artilheiro Hulk deu conta de abrir o placar, após belíssima trama envolvendo Edenilson e Paulinho. Dois minutos depois, Pedrinho rouba a bola no campo de ataque e aciona Patrick, que o devolve a bola para finalizar. Paulinho aproveita o rebote e amplia a vantagem.

Depois disso, o time tirou o pé e cadenciou mais o jogo. Apesar de jogar com certa segurança, a equipe ainda levou alguns sustos, mas contou novamente com a grande fase do goleiro Everson, que mais uma vez fez uma belíssima defesa neste confronto.

No final do primeiro, o Carabobo até marcou um golzinho, o que trouxe uma tensão à massa, mas a expulsão do autor do gol logo aos 4 minutos do segundo tempo deu um banho de água fria no adversário.

O jogo ficou morno, o Galo ainda fez mais um belo gol com Edenilson e teve um pênalti desperdiçado pelo Vargas. Enfim, vencemos de fato sem grandes sustos.

Diante de tal narrativa, há um desejo em mim de que uma máxima caísse por terra definitivamente em nosso clube: “se não é sofrido, não é Galo”. Não tem o porquê de ser sofrido sempre.

É fato que nossas principais conquistas recentes vieram regradas de sofrimento, mas não há motivos para repetir o mesmo roteiro em todos os contextos. Apesar do Galo de Coudet ainda não ter se encaixado totalmente, se formos frios e honestos, conseguimos perceber que estamos entre os melhores times do país e até do continente (ainda).

Ontem o time mostrou que realmente não precisa sofrer sempre. Com exceção das duas laterais, todos os jogadores fizeram uma boa partida. Nos primeiros 20 minutos, o time marcou com pressão alta, roubou bolas no campo de ataque, mostrou repertório e poderia tranquilamente ter saído com um placar maior.

Além disso, o gol no final do primeiro tempo, apesar de ter deixado os torcedores apreensivos, não trouxe grandes problemas durante o restante do jogo. Pode ser que o cenário fosse outro, caso não ocorresse a expulsão, mas devido ao abismo técnico das duas partidas, ainda assim não haveria tantos fatores que fizessem da partida de ontem um calvário de sofrimento.

E assim como foi ontem, tal padrão precisa se repetir daqui em diante. Em 2021, no ano do triplete alvinegro, o Atlético conseguiu ser tão brilhante, que simplesmente não passou pelo perigo de perder nenhum dos títulos mais importantes conquistados. Com um estilo de jogo sólido e resultadista, um objetivo traçado e com imposição, mostramos para o Brasil que essa instituição seria capaz de vencer uma de suas maiores inimigas: a inconstância.

Inconstância esta que deu sim seus lampejos ontem, mas que não conseguiu se firmar. Quando sabemos a nossa qualidade e a impomos, não precisamos simplesmente sofrer por qualquer coisa. E que esta temporada seja assim, abandonando todo esse misticismo de que tem que ser sofrido sempre, pois essa mentalidade não pode mais pertencer ao clube que quer ser uma grande potência nos próximos anos.

Ocorrendo isso, seremos não só respeitados em nosso país, mas também em todo o continente. Que os outros clubes temam sofrer contra o Galo e não contrário!

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Foto: Pedro Souza / Atlético

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