Na última sexta-feira (16), o Galo anunciou o seu novo técnico, Luiz Felipe Scolari, após uma rescisão amigável e polêmica com o treinador argentino Eduardo Coudet.
Eu, particularmente, gostei muito da escolha do nome de Felipão. Trata-se de um treinador inegavelmente vencedor e experiente, que sabe administrar um elenco e provou no Athletico Paranaense que ainda pode agregar muito a qualquer clube.
No entanto, essa contratação escancara a falta de planejamento do clube para a temporada e demonstra que os dirigentes aparentam estar perdidos em relação ao projeto de curto prazo.
Isso fica evidente pelo fato de Felipão não ter sido a primeira opção para assumir o cargo. O primeiro nome cogitado era o do treinador português Bruno Lage, com passagem recente pela Premier League.
Lage é conhecido por utilizar o esquema tático 4-4-2, com uma abordagem mais reativa, marcando pressão e explorando os contra-ataques, sem abrir mão do jogo ofensivo. O português explora muito a velocidade de seus jogadores e isso é imprescindível para seus times darem certo.
Por outro lado, Coudet utilizava o esquema tático 4-1-3-2, buscando um time que jogasse com mais posse de bola, marcação forte e criação de jogadas pelo meio, sem a utilização de pontas. Ambos os estilos são considerados modernos e peculiares em um contexto brasileiro.
Porém, quando se chega ao nome de Felipão, percebemos que ele não possui praticamente nada em comum com esses dois treinadores. Ele é frequentemente chamado de retranqueiro e, em sua carreira vitoriosa, nunca foi e nem reivindicou o título de “mestre tático”.
Ao contrário disso, sempre optou pelo básico e, em seu último trabalho no Athletico Paranaense, que foi excelente, levou a equipe a uma final de Libertadores jogando principalmente explorando os contra-ataques e abdicando muitas vezes da posse de bola, sem apresentar nenhum conceito “inovador” ou “diferente” daquilo que já vimos, inclusive aqui no Galo.
Não estou criticando o estilo de Felipão, que lhe rendeu diversos títulos, mas a impressão que dá é que a diretoria do Galo não faz ideia do que está fazendo, já que os três treinadores mencionados aqui em nada se assemelham. Não da para saber o que a Diretoria espera ver em campo desde o início do ano.
Além disso, a própria montagem do elenco é questionável. O time atualmente não conta com jogadores de velocidade e drible, exceto pelo Pavon, e em jogos mais complicados até agora, simplesmente faltam jogadores capazes de dar um desafogo à equipe.
Faltam peças, falta elenco, faltam jogadores que reforcem a equipe, e agora mais do que nítido, falta uma coesão por parte dos mandatários para deixar claro o que se espera desse time.
Não tenho dúvidas sobre a competência do novo treinador, mas confesso que não confio nem um pouco na diretoria que montou esse elenco.
Parece que a falta de planejamento e a falta de um projeto claro estão prejudicando o Atlético Mineiro nesta temporada. Nada é planejado, tudo é feito no improviso e somos dirigidos por quem parece sobrar e topar, não por quem se encaixa numa ideia já pré-estabelecida.
Espero que, mesmo com todas essas questões, Felipão consiga dar um bom direcionamento ao time e alcançar os resultados que esperamos. Apesar da aparente incompetência e confusão por parte da Diretoria, creio com todas as minhas forças que estamos em boas mãos e podemos sim encerrar essa temporada de forma positiva.
A opinião de um artigo assinado não reflete necessariamente a opinião do site, é o ponto de vista exclusivo do autor que elaborou o artigo.
Veja mais notícias do Atlético-MG, acompanhe os jogos, resultados e classificação além da história e títulos do Clube Atlético Mineiro.