Opinião: Nacho Fernandez era importante, mas não fará tanta falta

Galo

Contratado em fevereiro de 2021, o meia Nacho Fernandez deixou seu nome escrito na história do Clube Atlético Mineiro.

Polivalente, o meia argentino se destacou nesse período por sua raça, dedicação, inteligência e técnica, tendo uma passagem super vitoriosa no clube, com 19 gols e 21 assistências em 109 jogos, somando 5 títulos em apenas 2 temporadas.

No entanto, apesar de ter entregado números em tese relevantes, sua ausência provavelmente não será tão sentida no Galo na próxima temporada. Apresento algumas observações, que podem confirmar essa tese:

1) O Atlético vitorioso de 2021 jogou melhor sem ele em campo, que com ele. E é muito fácil observar isso. Dentre as 5 melhores partidas do clube no ano, pelo menos 4 delas (os 3×0 contra o River Plate, os 4×0 contra o Fortaleza, os 4×0 Athlético e os 3×0 contra o Corinthians) não contaram com a participação do mesmo em campo. O time ficou mais veloz, objetivo e soube bem variar os momentos entre propor jogo e jogar de forma reativa, construindo placares elásticos sem sofrer em momento algum da partida.

2) Embora seja considerado por muitos um jogador acima da média, Nacho Fernandez em momento algum esteve próximo de assumir o protagonismo real no Atlético. É fato que sua chegada trouxe consigo uma enorme expectativa, pois se tratava de um jogador que é idolo em um dos gigantes do continente, porém, em momento algum de sua passagem Nacho chegou perto de obter o mesmo desempenho. No vitorioso ano do Atlético, Nacho não foi melhor que nenhum dos meio campistas titulares do time, que por sinal só engrenou com sua saída.

3) A saída de Nacho abre um importante espaço para a reformulação. É bem verdade que o recém-contratado Eduardo Coudet contava com a sua permanência e que a receita de investir em jogadores jovens mais a mescla com a experiência dá muito certo, porém, a realidade do Atlético para a próxima temporada é outra. Com a chegada do novo treinador, a minha expectativa é que nomes de jogadores promissores como Pavon e Pedrinho – o último na posição do Nacho -, que não renderam o esperado na última temporada, venham alcançar um bom nível na que está por vir. Penso dessa forma, pois se tratam de jogadores que já apresentaram um bom futebol anteriormente e sempre apresentaram boas perspectivas, podendo render muito mais em um time organizado e entrosado numa pré-temporada.

Dito isso, sabemos que, diferentemente da temporada que se findou, estamos nas mãos de um excelente treinador e que o sucesso do clube no próximo ano está muito atrelado ao seu trabalho. Sendo assim, entre idas e vindas, creio que ele seja a principal aquisição para os próximos objetivos, de tal forma que essas ausências já confirmadas sejam supridas pelo seu estilo de jogo. Mas isso é um assunto para outro texto…

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