Opinião:Pés no chão, um passo por vez e a discussão sobre o preço dos ingressos na Arena

Atlético
Foto: Reprodução/ Atlético

E lá vamos nós para a segunda partida seguida no sabadão à noite. A terceira na nossa casa que eu chamarei de Rinha do Galo pois é assim que sonhei na minha infância. Espero muito que possamos criar ali uma grande mística e sempre lotar as cadeiras e arquibancadas para fazer do fator casa um fator mais que determinante. Na verdade, em casa qualquer torcida e jogador sabe que o Galo é forte, então no caso é manter, ou melhor, aumentar essa fama.

Nas duas primeiras partidas o objetivo foi alcançado, duas vitórias em dois jogos e sem passar muito sufoco, contra o Santos eles até tiveram um pouquinho de chance, mas o Botafogo não passou nem perto de nos assustar. Se contra o líder não jogamos um primor, também não demos espaço para eles, fizemos uma partida segura, sem passar aperto e como escrevi aqui dias atrás, o importante era somar seis pontos nessas duas partidas seguidas em casa porque a estrada está cheia de pedregulhos.

Arena MRV
Imagem: Alessandra Torres/AGIF

Jogar com inteligência e de acordo com a tabela deve ser a tônica daqui em diante. Em casa deveríamos alcançar 100% de aproveitamento, bom, sabemos que é quase impossível. Então precisamos olhar para a tabela e identificar jogos que não podemos deixar de ganhar em casa de jeito nenhum. Seguindo essa linha nossas próximas três partidas em casa serão contra Cuiabá, Coritiba e Cruzeiro, logo, temos totais condições de somar os 9 pontos. “Ahh mas clássico…” Assim como eu disse sobre o Botafogo: “Dane-se!! Se vira e ganhe nem que seja de meio a zero”, alguns tropeços acontecerão, mas que sejam para times mais sólidos.

E por falar em times mais sólidos, na verdade estamos longe de apresentar um futebol de confiança, então o lance é vencer na sorte e no talento que está à nossa disposição no momento, com a torcida empurrando, incentivando, apoiando, vaiando e xingando, e o time e comissão fazendo esses cálculos bem meticulosos, com bastante atenção para não tropeçar e perder pontos em partidas contra equipes mais inferiores. Passo a passo vamos seguindo e que não haja outro apagão como o que nos deixou estagnados por incríveis 10 jogos!!

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Foto: Pedro Souza/Atlético-MG

 Um assunto que tem se discutido bem nos últimos dias é o preço dos ingressos para os jogos. Na verdade, desde que foram inauguradas as novas arenas Brasil afora as entradas subiram bastante. No início houve bastante chiadeira e aos pouquinhos o torcedor acabou meio que aceitando, e só voltando a reclamar em partidas decisivas, quando os times sempre dão uma salgada no valor. Agora estamos experimentando essa realidade bem na pele.

Ok, sabemos que os times precisam de dinheiro, muito mais agora que os salários dos atletas são bem mais altos e as comissões técnicas maiores e ainda equipe de avaliação de desempenho e etc, sabemos também que para o bem ou para o mal, as SAF’s vão buscar lucros pois o futebol agora, oficialmente virou um negócio, mas ainda assim, não existe futebol sem torcida, e aí está um ponto em que muitos dirigentes parecem não entender.

Arena MRV
Arena MRV: a nova casa do Atlético já deu lucro de R$ 2,2 milhões em dois jogos — Foto: Gilson Lobo/AGIF

 É chover no molhado dizer que a grande maioria dos torcedores que frequentam ou querem ir aos estádios não possuem um grande poder de compra, e mesmo para padrões medianos pagar de 200 a 300 reais por partida é bem complicado, porque além do ingresso tem outros gastos como por exemplo o deslocamento que pode ser de ônibus ou uber, carro próprio, estacionamento, alguma coisa que se come, e claro, se bebe, e em alta temporada  o time costuma ter de 4, 5 partidas em casa por mês, enfim, um custo alto para quem quer acompanhar.

Mesmo para o sócio torcedor, dependendo da frequência que se vai, pesa também. Por exemplo, se dependesse de mim iria em todos os jogos em casa, ainda mais agora que a casa do Galo veio para pertinho de onde moro, mas mesmo sendo sócio teria um gasto considerável. Até faria isso pois adoro ir ao estádio, mas por motivos conjugais acabo peneirando as partidas que compareço, afinal, sou péssimo na cozinha e o sofá aqui de casa é bem duro.

Mas que se repensem a questão da precificação. O comentarista Vítor Birner disse algo bem interessante sobre essa questão, não me lembro ao certo suas palavras, mas entendi algo como o futebol é feito pelo torcedor e se ele não estiver no estádio será apenas um grupo de homens jogando bola. Então que os dirigentes repensem esses valores e nos dê condições de estar mais vezes nos estádios. E dá-lhe Galo!