Em 2020 o Galo estava sendo comandado pelo treinador argentino Jorge Sampaoli, o time alvinegro fez até uma boa temporada e não foi campeão brasileiro por causa de 3 pontos. Alexandre Mattos era diretor de futebol do clube em 2020 e o ex- diretor revelou alguns bastidores da época do Sampaoli no comando atleticano.
– Quando eu estava no Atlético, um dos primeiros caras que tentei pegar foi o Lucas Lima. O Sampaoli queria. O Abel estava chegando e vetou, se não teria ido para o Atlético. Olha que interessante. O Sampaoli vetou o Veiga e o Yuri Alberto. Íamos comprar o Veiga para o Atlético, entre 5 e 6 milhões de euros. O Veiga não estava jogando, me ligava. O Yuri saindo do Santos. Empresário do Yuri querendo colocar na minha mão. E o Sampaoli falando que ele não jogaria com ele, não havia jogado com ele no Santos. Veja só. E quem não quer o Yuri Alberto.
Jorge Sampaoli costumava ligar para Alexandre Mattos antes dos raios solares iluminar Belo Horizonte. Uma realidade que não existe mais no Atlético-MG, mas que terá bastidores da passagem do técnico argentino pelo Galo destrinchados na segunda edição do livro do diretor de futebol – a ser lançado em janeiro.
Jorge Sampaoli Galo

– O livro (Tudo Começa com um Sonho) vai ter uma segunda edição, dei uma atualizada, vai ter versão em inglês. Coloquei a minha relação com o Jorge Sampaoli. Amigo! Vale a pena, viu? É intenso o negócio ali. Mas é um cara muito bom, um fenômeno dentro de campo. Já disse a ele isso, fora de campo precisa modular um pouco. Um cara diferente. Contando alguns bastidores e algumas coisas que mudei. Na primeira edição do livro, tinha colocado que o executivo não deveria ter rede social, deveria usar a do clube. E hoje tenho a minha conta muito forte, fazendo as coisas ali, mostrando o lado humano da profissão – afirmou.
“Ele é muito intenso e ansioso. A ansiedade dele é fora do comum. Aquele negócio de dar tempo ao tempo, esperar, conhecer melhor. Com ele isso não existe isso”
Mattos também conhece muito bem o último técnico do Atlético, Cuca, que foi campeão brasileiro e da Copa do Brasil ao substituir justamente Jorge Sampaoli há pouco menos de um ano. Ambos trabalharam no Palmeiras em dois momentos, com título do Brasileiro de 2016. Para o diretor de futebol, Cuca teve muita coragem de pedir para não continuar no Galo em 2022.
“Tem que ter colhão para fazer isso aí. As vezes você sabe que o negocio vai vir em você, e você não terá colhão para largar. E o Cuca não fica nessa insistência. Está corretíssimo de colocar par fora o que o coração dele diz. Ele tem o direito de fazer isso. Se o Atlético começa mal depois, todo mundo esquece (o que ele fez)”.
– É um dos meus grandes amigos no futebol. Converso com ele muito. Neste período para ele ser campeão, conversei várias vezes com ele, até porque conhecia o perfil emocional de vários jogadores. Adoro ele. É um cara muito inteligente. Ele sabe, enxerga além. É o maior estrategista que eu trabalhei no futebol. O Cuca sabe como ele ganha o jogo. Pode não dar certo, é ser humano. Ele pode pedir para o jogador fazer alguma coisa, e o jogador não consegue, ou o adversário está melhor. Um dos melhores da atualidade. Ele sabe sentir o momento, sabe que pode precisar dar uma recuada, até pela instabilidade que vive o futebol brasileiro. Se o Atlético, ano que vem, for vice-campeão brasileiro, é decepção. Respeitando o lado pessoal dele.
– Mas sabe porque a bola entra no Atlético? São muito sérios. Estão pagando direitinho. Processo espetacular. Não conhecia o atual presidente do Atlético. E é uma pessoa que admiro, uma das pessoas mais do bem do futebol brasileiro. Rubens e Rafael Menin seríssimos. O Ricardo Guimarães ajudando há tempos.
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