Ansiedade e expectativa para que essa noite chegasse. Desde o início do ano era o que mais aguardávamos: estreia do Galo na Libertadores com uma quarta de clima agradável, torcedores descansados no pós-carnaval (alguns provavelmente com alguma ressaca) mas no horário agendado, precisamente às 21:30 o abre-alas do bloco Galo Unidos pela Liberta entrou em ação; ou deveria ter entrado.
Sonolência, apatia, preguiça, desanimo e outros adjetivos com mais ou menos nível de lerdeza estavam em campo na noite de ontem. Estou pensando em um motivo que pudesse me ajudar a passar pano para a pífia atuação na Venezuela, mas não estou conseguindo. A torcida estava animada, os comentaristas locais estavam animados, os animais de estimação dos atleticanos estavam animados, mas infelizmente os jogadores não parecem entender a importância de certos jogos.
Se fosse em Quito ou La Paz poderíamos culpar a altitude, mas não era esse o caso. Se fosse inicinho de temporada poderíamos culpar o desentrosamento, mas seis jogos, mesmo que não sejam suficientes para um bom entrosamento é uma boa quantidade de partidas para desempenhar melhor um pouquinho, mas essa não seria uma boa justificativa pois o Carabobo estava fazendo sua terceira partida na temporada, então essa desculpa seria melhor para eles. Certo, poderíamos usar a ausência do Hulk, mas aí seria dar uma desqualificada na equipe; o Hulk é peça fundamental, acontece que em um jogo contra uma equipe que está em início de temporada, que foi a quarta colocada no tradicionalíssimo campeonato venezuelano, num estádio sem nenhuma pressão de torcida (quase sem torcida inclusive) e não sairmos nem com uma vitória magra!?
Nos primeiros quarenta e cinco minutos a falta de iniciativa da equipe era gritante. Umas esforçadas do Ademir, algumas bolas que podiam ser melhor aproveitadas pelo Paulinho e foi só. Aliás, nada de “só” porque se não fosse pelo Éverson teríamos ido para o intervalo com um a zero contra, o que talvez não teria sido tão ruim pois quem sabe se isso tivesse acontecido o time não teria voltado mais ligado? Ou melhor: ligado, porque no primeiro tempo era uma inércia pura. Ninguém queria armar, todos esperando bola lá na frente e de costas para o gol, enfrentando uma equipe que nos primeiros minutos pensava que nem poderia atacar, até que perceberam que nosso carro alegórico não tinha motor, então não precisavam ter medo mais e quando um time joga sem medo para cima do Galo…quem fica aterrorizado somos nós. Menos mal que é um time muito fraco.
No segundo tempo pensei: “Não pode ser pior. ” Realmente não me enganei, os venezuelanos praticamente não chegaram próximo a nossa meta; certo, houve uma movimentação um pouquinho maior, o que acabou fazendo com que aparecêssemos um pouquinho mais no ataque, sem, contudo, assustar demais os defensores adversários. O Bruno Fuchs atuou praticamente como um meia de criação e obviamente nada seria criado por ele. E por falar em meia, gostaria de saber quando o Edenílson vai estrear porque em seis jogos entrou em campo, mas até agora o jogador que chegou a ser eleito duas vezes o melhor da posição no Campeonato Brasileiro e até ser convocado para a seleção brasileira, não conseguiu mostrar nem um lampejo. Tudo bem que ele é jogador de confiança do Coudet mas se continuar com essas atuações apagadas a paciência da torcida vai chegar ao estágio em que começará a ser vaiado (pela maioria porque alguns já estão).
Enfim, o jargão que o futebol é uma caixinha de surpresa e que não tem mais time bobo no futebol é velho e repetitivo. Não acredito que o Galo corra o risco de perder a classificação para o Carabobo, mas na próxima fase pegará um time que certamente será um pouquinho mais qualificado e caso a apresentação seja com a desatenção que foi demonstrada no clássico e a moleza nesse primeiro jogo da Libertadores daremos mais uma razão para sermos zoados. Confesso que dias atrás estava animadíssimo para 2023, só que o time a cada partida está tirando isso. Espero que Coudet esteja atento e faça as mudanças necessárias para que o Galo ganhe entrosamento e possa se impor contra adversários mais fracos e bater de frente com os que possuem elencos caros e são candidatos aos grandes títulos da temporada. Não basta ter bons nomes no papel, dentro de campo tem que fazer o investimento valer a pena. Fim de semana tem clássico, mas já aguardo a próxima quarta, acreditando que aquela vitória convincente vai acontecer. E Dá-lhe Galo!
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