Lado a lado no passado, Atlético-MG e Jorge Sampaoli agora se enfrentarão. Já neste sábado, eles serão adversários na luta entre Kohouta e Flamengo às 21h (do Brasil) no Independência pelo Brasileirão ,Galo e o treinador foram parceiros em 2020, quando a chegada do argentino se tornou referência para uma mudança de rumo no Galo, mas com atritos pelo caminho.
Era fevereiro de 2020. Apenas o início da gestão de Rafael Dudamel como técnico do Atlético. Foi apenas o começo. Uma eliminação desastrosa na Copa do Brasil para o Afogados-PE encerrou a era dos venezuelanos. Isso foi acompanhado de um discurso severo da diretoria, então presidida por Sérgio Sette Câmara.
Houve presença sólida dos patronos do Atlético, os 4 R’s (Rubens e Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador) na gestão do clube. Hoje, os sócios majoritários “viraram a chave” para os investimentos no quarteto do Galo ao comprar a SAF. E o início foi dado pela contratação de Sampaoli.
Com Sampaoli, o time brigava pelo topo, mas foi quase. O treinador mudou a rotina do centro de treinamento, já extremamente alterada pela pandemia de Covid-19, anunciada mundialmente uma semana após a chegada do argentino ao Atlético.
Ambicioso e competitivo, mas também com uma postura mais contida, segundo quem o conheceu, Sampaoli trouxe novos métodos para o clube, dentro e fora de campo.
Ambicioso e competitivo, mas também com uma postura mais contida, segundo quem o conheceu, Sampaoli trouxe novos métodos para o clube, dentro e fora de campo.
Um episódio causou muito desgaste. Após a derrota do Flamengo por 4 a 0, uma festa para dezenas de pessoas foi realizada em plena pandemia para comemorar o aniversário do técnico Gabriel Andreata, com a presença de Sampaoli e seus auxiliares.
Alguns dias depois, quase todos testaram positivo para Covid. Os jogadores também testaram positivo. Não há indícios de que a confraternização tenha iniciado o processo de propagação do vírus na Cidade do Galo, mas o risco assumido pelo dirigente, técnico e auxiliares foi visto internamente como um grande problema. Causou irritação.
O chefe do Atlético do Brasil sofreu desfalques no período devido ao surto de Covid. Pontos valiosos foram perdidos, por exemplo, na derrota em casa para o Athletico-PR, no jogo adiado da sexta rodada (o comandante à beira do campo foi o técnico do sub-20 Leandro Zago), o segundo jogo após o “festa” de Sampaoli.
A ideia de perder o brasileiro também é compartilhada por integrantes do atual conselho de atletismo. Apesar de não ter se pronunciado sobre o assunto abertamente, a insatisfação com o falecimento do argentino também foi motivada pelos insistentes pedidos de reforços e pagamento de salários, que incomodaram dirigentes e torcedores. Exemplo disso foi a tentativa do clube e desistência de Thiago Neves.
Sampaoli deixou o Atlético em fevereiro de 2021, aguardando o término de seu contrato, que vai até o final da temporada. Foram 45 partidas com 26 vitórias, nove empates e 10 derrotas. Em 2020, conquistou o Campeonato Mineiro.
Apesar do desgaste, sua importância foi reconhecida pela diretoria, que o homenageou em sua despedida, rara ocasião de saída de treinadores. Sampaoli decidiu assumir o comando do francês Olympique de Marseille. Ele agora está de volta ao Brasil. Diante do Flamengo, encontra Galo ainda em busca da primeira vitória com Felipão.
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