Jornalista da Globo DETONA Cuca e faz comparação com goleiro Bruno e Robinho. Confira

Galo cuca
Foto: Reprodução

Cuca foi apresentado nesta terça-feira pelo diretor de futebol, Rodrigo Caetano. O treinador chega para sua terceira passagem no Galo, pouco mais de seis meses após pedir demissão do clube alegando problemas pessoais.

A jornalista da Tv Globo, Ana Thaís Mattos, publicou também nesta terça-feira um texto sobre o técnico Cuca. Em determinado texto, a jornalista questiona o comportamento do treinador, se referindo aos pedidos de demissões que ocorreram assim como no Galo no ano passado.

Mas e Cuca? Por que somos permissivos com um treinador que conquista títulos, vai embora, volta meses depois como se nada tivesse acontecido e é extremamente bajulado em todas as bancadas esportivas do país? Qual é o nosso compromisso em fazer o torcedor em casa entender o quão pouco profissional são comportamentos como esse? Sem contar a quantidade de nenhuma inovação tática, zero modernidade, nenhum compromisso com o futebol que não seja apenas com o próprio ego de ser “sempre” um salvador da pátria.

Ana Thaís Mattos

Em outro trecho, a jornalista também cita Cuca se referindo a acusação de abuso sexual em 1987. Na qual Cuca ainda como jogador sofreu uma condenação por ter uma menina de 13 anos no quarto com ele e outros jogadores em uma viagem do Grêmio a Suíça.

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A jornalista neste trecho cita também os casos do goleiro Bruno, acusado de assassinar sua amante, e Robinho, condenado por estupro na Itália quando atuava no futebol europeu.

Só que o pacote Cuca vai além. Após a repercussão do caso do ex-jogador Robinho e também os dez anos do caso Eliza Samudio, o também conhecido caso Berna voltou à tona numa série que foi ao ar em janeiro de 2021 no Esporte Espetacular e no podcast Rodada Tripla. Cuca se nega a revisitar o caso e quando nós (algumas) mulheres falamos sobre isso, ninguém fala para ele ser preso em pleno 2022. O caso, como se sabe é bastante antigo, depois disso muita coisa aconteceu no mundo. Mas um treinador, por mais limitado que seja e sonha sentar na cadeira do mais alto cargo, que é a seleção brasileira (e que seja só o sonho mesmo), precisa sim dialogar com a sociedade, precisa sim revisitar a sua história. Não por dar resposta à imprensa, afinal, somos apenas veículo condutor da história, mas respostas para a sociedade, por inúmeras torcedoras que enchem o peito para vibrar por clubes que foram, são e serão comandados pelo treinador. E nada adianta pousar ao lado da mãe, da esposa, das filhas. Dialogar com as mulheres não é sobre sentimento de posse sobre as mulheres que convive.

Ana Thaís Mattos

Cuca se pronunciou sobre a acusação em 2021, antes de assinar com o Galo

Venho neste momento falar de uma coisa que me incomoda muito, porque há 34 anos atrás houve um episódio comigo, e essas coisas aconteceram há 34 anos atrás, e hoje elas vêm como se tivesse ocorrido hoje, e eu fosse condenado e culpado. Pra resumir, não tenho culpa nenhuma de nada, nunca levantei um dedo indevidamente ou inadequadamente pra alguma mulher. Vivo numa casa em que 90% são mulheres, são todas mulheres e tem eu aqui como homem, nem por isso sou machista ou coisa diferente. Pelo contrário, sempre me adapto e tento fazer o melhor possível. Isso é uma coisa que me incomoda bastante. A gente vê em alguns lugares “Cuca não” por causa disso ou daquilo. Eu não devo nada a ninguém, não sou um cara do mal, não fiz nada de errado, não fui julgado e culpado por alguma coisa. Fui jogado a revelia, porque já não estava mais no Grêmio quando houve esse julgamento junto com os outros rapazes. É uma coisa que eu tenho uma lembrança muito vaga, até porque não houve nada. Não houve estupro, como falam, como dizem as coisas. Houve uma condenação por ter uma menor adentrado o quarto, e simplesmente isso. Não houve abuso sexual, não houve tentativa de abuso ou coisa assim. Então, tanto é que está… Só que hoje, 34 anos depois, com a força que os movimentos vem pegando, a gente fica vendo isso e fica sentido, sabe? Resolvi dar um basta nisso, dar uma entrevista pra vocês na frente da minha família, na frente da Rejane, na frente da Maiara, na frente da Natasha. A Rejane, com a qual eu era casado já na época. Hoje tenho 35 pra 36 anos de casado. A Maiara que nasceu dois anos depois, e a Natasha que nasceu quatro anos depois. Pro pessoal ver, gente, é muito constrangedor pra mim dar uma entrevista assim. Lógico que a gente tem que encarar as coisas da vida, mas pra dar um basta nisso. Quero treinar ainda grandes equipes, mas não quero nunca ser um cara mal falado. Prefiro ficar na minha casa do que sair aí, achar polêmica e achar problema. Minha vida é baseada nesses conceitos aqui, família, fé em Deus e ser uma pessoa honesta e íntegra, e isso tenho feito em todos os clubes que passei. Tenho conquistado grandes amigos e tudo, e muito se dá na convivência que temos aqui nessa família.”

Cuca é apresentado ao Galo e ativa o “modo sincerão” sobre as chances da equipe na temporada

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Foto: Pedro Souza / Atlético

O técnico Cuca foi apresentado nesta tarde pela diretoria do Galo. Ao lado do diretor de futebol, Rodrigo Caetano, ele falou sobre seu retorno ao clube e as expectativas da temporada.

Sem esconder sua opinião, Cuca afirmou com clareza que o Galo precisa trabalhar muito, já que o segundo turno do Brasileiro e a reta final da Libertadores serão bastante corridos devido a Copa do Mundo que se aproxima.

Galo
Foto: Pedro Souza / Atlético

Nós temos um turno pela frente. São 19 jogos no Brasileiro e, se Deus quiser, mais cinco pela Libertadores, são 24 jogos em praticamente 100 dias. Dá uma média de quatro, quatro dias e meio a cada jogo. Nosso elenco é forte e ainda mais do que no ano passado. É trabalhar. Agora não tem outro ingrediente que não seja o trabalho e o sacrifício. Sem sacrifício não tem conquista. Entregar o máximo em cada treinamento para poder colocar em prática em jogos.

Cuca

O treinador terá a semana livre para preparar a equipe visando o próximo desafio, que é pelo Brasileirão. O Galo enfrenta o Internacional no próximo domingo em Porto Alegre.